SPMS promove debate sobre abordagens às Mentes Primitivas, autismo e psicossomática
Com o tema Mentes primitivas: Autismo e Psicossomática a Sociedade Psicanalítica de Mato Grosso do Sul (SPMS), promoveu palestra nos dias 27 e 28 de setembro, no auditório do Senai de Campo Grande para os membros da sociedade e demais interessados em conhecer o assunto.
Miriam Catia Bonini Codorniz, presidente da SPMS, explicou que a sociedade tem o objetivo de cada vez mais aprimorar o conhecimento de seus membros e candidatos e assim criar em Mato Grosso do Sul uma cultura psicanalítica. “Poder receber pessoas de tão renomado saber e que podem contribuir com a nossa formação de psicanalistas e principalmente contribuir com a sociedade campo-grandense que vive situações do espectro autista e mentes primitiva em suas famílias, faz com que a gente possa cooperar para que essas pessoas tenham uma possibilidade de vida melhor”.
A abordagem da palestrante Marly Terra Verdi teve como tema: “A Mente Primitiva e os Transtornos do Espectro Autista: a mente que não simboliza”, onde foram debatidos formas de trabalho e casos clínicos. Marly frisou que autismo é um dos problemas mentais mais precoces, começando antes dos três anos, apresentando características de dificuldades de linguagem, comunicação e contato com o mundo. “Consideramos que por trabalhar com questões profundas, a psicanálise pode ser uma ajuda extremamente importante para esses pacientes. Costumo começar o atendimento com as famílias para que os pais construam uma forma de se relacionar com a criança e ajuda-la a evoluir”.
Na sequência o evento contou com o lançamento e autógrafos dos livros de Lazslo Ávila, sendo o primeiro entitulado: “Doenças do Corpo e Doenças da Alma” e segundo: “O Eu e o Corpo”, “Grupos: Uma perspectiva psicanalítica”. No dia 28 Laszlo ministrou palestra com o tema: “O corpo que habito: Questões Psicossomáticas”. Segundo ele a psicossomática é um processo intelectual e clínico de entender que somos tanto a nossa mente constituída por sentimentos, pensamentos e emoções, quanto um corpo organismo. “O problema é que a ciência separou, então o médico ficou responsável por cuidar do corpo e o psicólogo da mente, só que o ser humano é mente e corpo. A psicanalise pode ajudar muito em questões que são misteriosas para a Medicina”, concluiu.
Sobre os palestrantes:
Psicóloga e psicanalista, Marly Terra Verdi é especialista em psicologia clínica e educacional, membro efetivo do GEP de São José do Rio Preto, da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPBP) e do INSPIRA, já havia estado na Capital há quatro anos. Verdi diz que a psicanálise tem compreendido o ser humano, suas questões afetivas, “essa é uma teoria que pode compreender as pessoas do Transtorno do Espectro Autista, afinal, a psicanálise se propõe a conseguir que os autistas desenvolvam quem de fato eles são, a palavra chave é essa: desenvolvimento. E essa evolução deve vir a partir do sentimento da pessoa sobre quem de fato ela é, o desenvolvimento é de onde partimos para levá-los à aprendizagem”, declara.
Lazslo Ávila é professor livre docente da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Mestre em psicologia social e Doutor em psicologia clínica pela USP e pós-doutorado pela Cambridge University e autor de quatro livros.