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  • 12 de novembro, 2023

Sociedade Psicanalítica de Mato Grosso do Sul promove debate online sobre Racismo

A Sociedade Psicanalítica de Mato Grosso do Sul (SPMS) reuniu, nesta quarta-feira (30), psicanalistas, profissionais ligados ao poder judiciário e público em geral para discutir o tema “Racismo: Gritos e sussurros”. O encontro, organizado pelo Departamento de Atendimento à Comunidade e Cultura (DACC) da SPMS teve como palestrantes a juíza de Direito Jacqueline Machado e o psicanalista Ignácio Alves Paim Filho, além de uma breve apresentação artística produzida por Mariana Braga, filha da juíza.

Anelise Rotta Machinsky, uma das organizadoras, explica que o evento tem como objetivo promover o diálogo entre a psicanálise com outras áreas do conhecimento, e destacou a relevância do tema escolhido: ” Precisamos refletir sobre o racismo, sobre a dor individual e coletiva, e nós, como psicanalistas, sabemos da importância da fala e também do lugar imprescindível da escuta para poder lidarmos com estas dores”.

Já a Diretora do DACC/SPMS, Maria Fernanda Soares, ressaltou a expertise dos palestrantes: “Convidamos para este evento, pessoas renomadas em suas áreas de conhecimento e que atuam no combate ao racismo, na busca de meios justos para enfrentar esse problema histórico e cultural”.

Durante sua apresentação, Jacqueline Machado que é Juíza de Direito, especialista em Direito Público, embaixadora do Instituto Luther King, membro da Cátedra Unesco UFGD: gênero, diversidade cultural e fronteiras e presidente do Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Fonavid), explicou que, além da sua atuação no magistrado, o preconceito é algo que interfere diretamente em seu cotidiano.

“Eu sou uma juíza branca, que atua na área de violência doméstica, e que também possui uma família multirracial, formada através da adoção de uma menina negra. Como magistrada, vejo de perto o quanto um número maior de mulheres negras sofrem violência, e muitas vezes, estas têm uma dificuldade enorme para acessar o sistema de justiça. Já como mãe percebo o quanto minha filha caçula (negra) precisa se preocupar com coisas que a mais velha (branca) nunca precisou”.

Para o médico, psiquiatra, psicanalista, membro efetivo em função didática da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, membro da Febrapsi, Fepal e IPA, Ignâcio Alves Paim Filho, debater o racismo é uma responsabilidade também da psicanálise: ” Nós fomos agentes ativos e passivos em teorizações sobre racismo. 

Por muito tempo os psicanalistas teorizaram a ideia do racismo como uma questão individual do sujeito negro, e se é individual, tem a ver com autoconceito, auto imagem, como se subjetividade não fosse construída no encontro com o outro. Felizmente, isso está mudando em nosso universo e estamos trazendo à tona esse tema histórico, mas que também é contemporâneo”.

O encontro foi realizado virtualmente, por meio da plataforma zoom e  contou com mais de 70 inscritos.

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