Conhecendo a diversidade no atendimento das crianças e adolescentes com câncer no Brasil
Nos países desenvolvidos a taxa de cura do câncer infanto-juvenil atinge 80%, como exemplo raro de sucesso na medicina oncológica. O Brasil ainda não conseguiu atingir esta mesma taxa. Diante desta realidade, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, em parceria com a CONIACC e IRM vem realizando um projeto denominado Foruns Estaduais de Oncologia Pediátrica.
A base deste projeto consiste em estabelecer conforme protocolos nacionais critérios mínimos para diagnóstico preciso e atendimento adequado para os diversos tipos de câncer que acometem a criança e adolescente com câncer. A SOBOPE, baseado nos registros oficiais, realiza um diagnóstico da realidade do estado conforme os seguintes parâmetros: Número de casos previstos, número de casos atendidos, a mortalidade por doença neste local e os hospitais que estão tratando este público. Apresentamos a portaria 140 que norteia a estrutura física e de profissionais necessária para o atendimento deste publico.
Elaboramos uma reunião com os profissionais que atendem as crianças naquele estado, e, apresentamos os dados oficiais, seguido dos critérios estabelecidos. Em seguida, vamos conhecer como estão sendo atendidas as crianças e adolescentes daquela localidade, assim como suas dificuldades.
Neste momento, mostramos o que é ideal e confrontamos com o real.
No último momento, visitamos as unidades, e apresentamos os dados obtidos através dos registros oficiais e com os profissionais de saúde para a sociedade civil organizada, ministério público, conselho estadual da saúde, gestores municipais, estadual e federal; além dos diretores de hospitais e profissionais da área da saúde envolvidos no atendimento destes pacientes e pais destas crianças e adolescentes.
Este projeto já foi realizado nos seguintes estados: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Este ano ainda será realizado no estado do Piauí e Maranhão.
Ao final do Fórum, é criado um grupo de trabalho para acompanhar as possíveis propostas de mudança para as dificuldades encontradas.
Este projeto demonstra que são vários os problemas que impactam na sobrevida das nossas crianças e adolescentes com câncer; e, que a solução depende de um esforço comunitário. A experiência obtida conseguiu modificar a realidade de vários locais, além de unir todos em prol de um objetivo maior que é melhorar o atendimento das crianças e adolescentes com câncer no Brasil.
Teresa Fonseca,
Presidente da SOBOPE – Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica