HANSENÍASE: CONHEÇA A DOENÇA E DEIXE O PRECONCEITO DE LADO
Apesar de ser uma doença muito antiga, com referências desde 600 a.c., com tratamento e cura disponíveis há mais de 20 anos, os pacientes diagnosticados com Hanseníase ainda sofrem preconceito.
No entanto, o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Mato Grosso do Sul (SBD/MS), Alexandre Moretti, alerta que esse preconceito deve ser combatido e a enfermidade tratada. “Precisamos esclarecer para a população que a partir de 15 dias do início do tratamento o paciente deixa de transmitir a bacilo (Mycobacterium leprae)”.
Moretti, explica ainda que tão importante quanto combater o preconceito é dar início ao tratamento o quanto antes, por isso, nós do consultamedicaon.com.br juntamente com a (SBD/MS), vamos te ajudar à identificar os sintomas e características dessa doença que tem um grande número de casos registrados no Brasil. De acordo com o presidente o Brasil é o segundo país do mundo a ter mais casos registrados de Hanseníase, perdendo apenas para a Índias. As regiões mais atingidas são Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Sintomas e Diagnóstico
Em estágio inicial a Hanseníase é caracterizada pelo aparecimento de manchas despigmentadas (com pouca coloração) e que apresentam perda de sensibilidade: calor, frio, dor e tato, além disso, essas áreas podem apresentar sensação de formigamento, fisgadas e dormência.
As lesões podem surgir em qualquer parte do corpo, porém é mais comum na face, nádegas, braços e pernas.
Conforme a evolução da doença as lesões tornam-se mais palpáveis e visíveis, pois se transformam em placas, nódulos, podendo ainda atingir nervos e causar dor e perda de força muscular, principalmente em membros inferiores, superiores e rosto. A falta do tratamento pode levar ainda a lesões irreversíveis, como: destruição óssea, lesões nervosas e úlceras.
O diagnóstico é feito por avaliação clínica, e se necessário seguido por exames dermato-neurológicos, biopsias com exames anatomopatológico e pesquisa do bacilo álcool ácido resistentes na linfa.
Moretti adverte que o diagnóstico precoce é fundamental. “Quando identificamos e tratamos a hanseníase em estágio inicial, as chances de cura sem que haja nenhuma sequela é tremendamente maior, além disso, após 15 dias do início do tratamento o paciente deixa de ser um transmissor. Por isso, é fundamental, consultar um dermatologista em caso de suspeita”.
Prevenção e Transmissão
A Hanseníase é uma doença contagiosa, no entanto é importante frisar que apesar de ser transmitida pelas vias aéreas o contagio não é tão fácil como a gripe ou resfriado. A transmissão depende do convívio íntimo e continuo com um paciente multibacilar, ou seja, que esteja em formas avançadas da doença, e que este esteja sem tratamento, além disso, a pessoa que recebe o bacilo precisa ter pré-disposição genética para desenvolver a doença.
Apenas 10% a 20% da população que tem contato com o bacilo desenvolve a Hanseníase.
Em caso de histórico familiar ou convívio com um paciente, as pessoas mais próximas, que tem contato diário podem tomar um reforço da vacina BCG.
Tratamento
O tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde é a poliquimioterapia, que tem duração em média de 6 meses a 1 ano, mas em casos mais avançados podem chegar a dois anos. Se o paciente fizer o tratamento e acompanhamento de forma correta e pelo tempo estabelecido, terá a cura da doença garantida.
No entanto, alguns pacientes acabam por interromper esse processo, por ser um tratamento relativamente longo e algumas vezes acompanhado de efeitos colaterais: gastrointestinais, anemias, entre outros.
É importante ressaltar que essa suspensão é bastante nociva à saúde do paciente, pois o bacilo se torna mais resistente o que leva a um tratamento mais prolongado.
Por isso, o consultamedicaon.com.br e a SBD/MS, alertam: em caso de suspeitas de hanseníase consulte seu médico dermatologista. Hanseníase tem cura, só depende de você!